sábado, 24 de abril de 2010

Figurino Alice no País das Maravilhas

Olhos charmosamente insones e versões entre quase inocentes, românticas e até sexies do famoso vestido azul de Alice estão entre os hits de estilo desta nova leitura cuja caracterização é fruto da parceria entre Valli O’Reilly, responsável pela maquiagem, Terry Baliel, que assina o cabelo e Colleen Atwood, com o trabalho de recriar os figurinos do clássico livro de Lewis Carroll, lançado em 1865, para um conto de fadas “a la” Tim Burton. O resultado deveria, claro, incluir o clima sombrio e fantástico característico da assinatura cinematográfica do diretor.

Alice – No filme de Burton, a personagem tem 19, e não 10 anos. No primeiro dos três vestidos azuis usados por ela, o estilo ainda é mais infantil e lembra o modelo que todo mundo conhece. Não tem, porém, avental nem crinolina (a estrutura que faz com que a saia fique dura e rodada), é mais curto e a personagem se recusa a colocar meias e espartilho para compor o visual, numa atitude rebelde e “feminista” para a época de cintura estranguladas. O segundo vestido é molenga e sexy, tanto pelos ombros e braços nus quanto pelo tamanho: a personagem encolhe e cresce durante a história, e às vezes tem que se encaixar no vestido que usava imediatamente antes da transformação. Para ter uma idéia da dimensão e proporção que as roupas teriam, a figurinista mandou confeccionar desde uma peça com tamanho original de 8 centímetros (trata-se do vestido que o Chapeleiro Maluco faz para Alice, quando ela encolhe ao ponto de esconder-se no bule de chá) até o modelo que coubesse em alguém de 2,74 metros. Curiosidade: a atriz Mia Wasikowska mede 1,62 metro. A maquiagem de Alice é pálida, com olheiras levemente avermelhadas: a garota não dorme direito; é acordada desde a infância pelo mesmo sonho que a intriga e a deixa insone.


Rainha de Copas – Tem figurino inspirado na rainha inglesa Elizabeth 1ª. Os materiais usados em suas roupas e enfeites são baratos. O grande desafio para a caracterização foi a cabeça gigante da personagem, aumentada em três vezes em relação ao tamanho da cabeça da atriz. Ainda, usa uma prótese para aumentar a testa e uma peruca vermelha que pesa quase um quilo e meio.


Rainha Branca – Os frufrus e afetações da corte do rei francês Luís 16, conhecido como o “Rei Sol”, inspiram o vestido branco com mangas curtas bufantes, manga longa de tule por baixo, bordados de pérola, tudo alvo, incluindo a peruca longa e platinada de cabelo natural. O contraste agressivo é feito por meio da maquiagem, com pele bem branca e batom e unhas em vinho bem escuro, quase preto. As olheiras, ainda que leves, como em Alice, também aparecem, rosadas. Afinal, a rainha também perdeu o sono quando teve seu reino tomado pela irmã.


Chapeleiro Maluco – A figurinista pesquisou sobre a história dos chapeleiros do século 19, época em que Lewis Carroll escreveu “Alice no País das Maravilhas”, para vestir o personagem interpretado por Depp. O resultado parece o de um dândi amalucado (o dandismo, aliás, surgiu na Inglaterra, neste período), com casaca longa, lenço em laço colorido no pescoço, colete e calça, num traje de época completo. Assim como Alice e a Rainha Branca, o Chapeleiro Maluco também tem olheiras, mas são maximizadas, vermelhas e fortes. Em cima dos olhos, que foram aumentados digitalmente, sombra forte azul. Na cabeça, peruca vermelha e chapéu estilo cartola.

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